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Tvlata visita a casa de Pierre Verger
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Tvlata visita a casa de Pierre Verger
Amiguinho, a fundação é aqui, né?
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Onde morou Pierre Virger? Nesta casa que nós estamos indo agora visitar.
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O que foi Pierre Virger?
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Pierre Virger foi um etnólogo, fotógrafo, escritor, antropólogo.
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Ele reuniu todos esses conhecimentos a partir das suas fotos, feitas a partir dos anos 30.
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Fotografou até os anos 70 e deixou um legado de 62 mil negativos de fotos em preto e branco de todos os continentes.
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Pierre Virger é um dos, se não um dos maiores, mas um dos grandes representantes da cultura afro-brasileira
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através das suas imagens e relatos vividos pessoalmente na África, em Cuba, no Chile,
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em todos os lugares onde a cultura negra é, digamos assim, visibilizada.
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Eu tive a oportunidade de estar com ele na África e pude perceber de perto como as pessoas tinham respeito
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como uma pessoa que não tinha nascido na África e sabia tanto de África quanto outras pessoas que estavam lá, né?
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Nós vamos agora para um lugar mágico. Não se preocupe, não é um PG, não é uma criança.
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Quando eu cheguei aqui, no início dos anos 80, confesso para vocês que eu tinha, não era dificuldade,
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não encontrava muitos motivos que me levasse à literatura com afinidade, com certeza de que você pode crescer através disso.
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Foi a partir que eu conheci o Pierre Virger, ele me deu o primeiro livro.
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O livro que é assunto para mim reflete a Bíblia do Candomblé, a Bíblia para a gente entender a força dos deuses africanos, da mitologia, né?
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Aqui a gente tem, por exemplo, eu queria abrir um livro que é uma edição nova, o Retratos da Bahia,
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porque o Retratos da Bahia reflete, tem registros de coisas, Carnaval, por exemplo, ou das procissões do catolicismo que estava também vinculado ao Candomblé, né?
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As procissões Nossa Senhora, que nem como a gente fala da Lavalha do Bonfim, você tem fotos da pessoa do Senhor Morto.
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Então o Retratos da Bahia hoje é um livro que tem, assim, o poder de reflexão de uma época onde o respeito, ou até para que você possa lembrar das comidas que hoje já não se vê mais, é fó.
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Zé Lito, cadê você?
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É fó, fritada, galinha de molho pardo, a gente não encontra muitas coisas, mas muitas coisas nascem hoje por causa do resgate.
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Você tem a mão nisso, porque através de pessoas que lutam pela manutenção dessa, vocês também têm a virtude, porque vocês serão mantenedores dessa cultura.
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Acho que a questão nossa é a multiplicação, então o trabalho de vocês tem visibilidade por causa da força, do respeito, né?
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Da vontade de fazer, multiplicar mesmo, crescer, né?
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Na época das festas de larga as pessoas iam comprar frutas, hoje vão beber cerveja, você vê que tem umas mudanças aí, né?
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Um apelo enorme.
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Um apelo enorme, essas nós podemos chamar de nossas festas.
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Eu sou de uma época que pegava-se o timbal, né?
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E saía todos os amigos com a gogô timbal fazendo a batucada, não ia de ônibus para a festa, por exemplo, de Bofim, Rio Vermelho, Conceição.
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Todos, num dia de véspera, saía mais ou menos à meia-noite, uma turma que eu sou nascido na federação, a gente saía com o batuque, ninguém brigava, ninguém se agredia, ninguém voltava faltando um pedaço ou perdendo, não sabe, essas coisas.
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Eu achei interessante o que você falou naquela hora que o PMJ conhecia bastante a África.
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Sim.
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Queria saber esse interesse que ele tem com a África, como que é esse interesse?
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Na verdade, é uma coisa que preocupa um pouco as pessoas quando elas veem, assim, por que esse interesse, mas não foi um interesse, na verdade foi uma energia mesmo.
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Uma curiosidade.
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Ele nasceu em uma família que tinha um poder de aquisição muito bom, ele era um homem, tá bom?
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Então, o que que acontece? Quando ele se sentia meio obrigado a ir àqueles jantares, aquelas coisas mais ou menos sofisticadas, que ele não tinha muito...
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Na época, na França, o PMJ se divertia nos bairros onde iam os negros, onde os empregados iam tomar vinho de péssima qualidade, é aí que ele estava, entendeu?
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Porque lá tinha...
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Então ele sempre teve esse contato com os negros.
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Ele sempre teve essa vontade, era natural essa sua interação com a cultura negra.
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Quando vocês querem algumas imagens de PRVG, seja lá qual for, ela passa por aqui, por esse setor, para saber qual é a necessidade, para onde vai e que projeto é.
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Então, esse é o cidadão que determina através de tudo que nós somos uma empresa também, então é o regimento natural de empresa, certo?
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Eu vou te mostrar como ele guardava os negativos.
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Ele coloca a manteiga, e eu cuidei disso por mais de 10 anos.
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Aqui tinha, vou usar, vou usar, tirar um negativo, tá?
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Aqui dentro tem o contato e a peça, o negativo em si, aqui dentro.
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Deixa eu tirar aqui uma coisa bonita para você ver.
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Olha, gente!
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Fantástico!
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Na verdade, esse é o PRVG.
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Uma das faças, uma das suas nuances.
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A memória está ali, né?
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O mercado da concessão.
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É, a roupa do mercado, com certeza.
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Olha lá, o Forte São Marcelo, tá vendo?
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Exatamente, olha para quantos abelhos.
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Em que ano é esse?
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Essa foto, 1946.
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Olha, uau!
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Volta e meia eu passo aqui e sinto a presença do próprio Verger.
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Não tenho problemas com isso.
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Essa era a mesa dele.
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Tem uns fatos pictorescos na vida dele com relação a isso.
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Ele sentava assim desse lado.
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Claro que a mesa era bem mais para lá, né?
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E isso aqui era uma montanha, né?
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Era uma montanha, né?
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Claro que a mesa era bem mais para lá, né?
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E isso aqui era uma montanha de papel.
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Você sabe a montanha de papel?
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Todas com alguns manuscritos, algumas datas, algumas referências, qualquer.
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Um dia alguém chegou aqui e disse
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Ah, que mesa mais desorganizada.
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E aí...
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Ficou tudo muito bonitinho.
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Quando o PRVG chegou, ele estava na rua.
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Quando ele chegou aqui, os cabelos dele...
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O que é isso na minha mesa?
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Não encontro mais nada.
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Realmente não estava desorganizado.
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E essa aqui é a cama, como vocês vêem.
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Aí você vai perceber que esse homem não era aquele sofisticado.
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Uma outra coisa que vocês podem perceber
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O PRVG terminou para mim, assim, como observação disso
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Ensinando muitas coisas legais
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Porque como artista, você que também vem da minha geração
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A gente veio chegando e a gente começava a se destacar no nosso bairro
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Como vocês hoje, vocês do Bagunçaço, vocês se destacam
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Como esses meninos daqui da fundação
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Não que são diferentes, melhores ou piores
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Mas são pessoas que fazem, que criam uma referência com a realidade
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Então a gente vem cheio de manias, digamos assim
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Porque eu estou dançando, eu fui o moço lindo do Badauê
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Eu já tinha dançado no show de Caetano e as pessoas entendem
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E aí eu conheci um cara que tinha um poder, um conhecimento incrível
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E que tinha os pés no chão
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Na verdade toda a minha referência, que eu sempre estou lá
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Quando tem palestra e tudo, conversa a respeito da questão do homem negro
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Vem do PRVG, porque eu via muito antropólogos, muita gente branca
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E falar muito do candomblé, falar da cultura negra, eu desconhecia muito
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Até que eu descobri o livro do PRVG, mergulhei em muitos deles
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E a minha formação, eu diria, de conhecimento e de autocrítica
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Porque a gente fica dizendo, ah, o branco foi lá e escravizou a gente
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Não, houve participação nossa, é uma culpa da humanidade
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Não foi um deixar, foi apenas, é o que acontece hoje
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Vocês veem que as manifestações culturais apropriadas para o nosso regimento
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Para a consciência, a valorização, a conscientização
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São menos queridas no nosso meio
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Mais duas outras coisas de popularidade, como pagode, ralateca no chão
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É no asfalto? Ah, porque está chegando o verão, né?
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Entendeu? Então a gente, às vezes, se vocês perceberem, é nossa essa dificuldade
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De contemplar, de se organizar, até para perceber
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Que você pode conviver também com o outro segmento, a outra manifestação
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Mas, pô, não menosprezar a sua
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Esse é o nosso caminho
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E eu queria falar de Mãe Senhora, que é quem pede o PRVG no PG
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Mãe Senhora Oxumiwa, que é uma das principais Mães de Santos de todos os tempos
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E que foi Mãe de Santos do Axiopo Afonjá
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Não sei se vocês já ouviram falar, certamente
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E o Axiopo Afonjá é quem torna o PRVG o Oju Obá, quer dizer, o Olho de Xangô
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Dado o motivo de o PRVG ter ido tantas vezes à África
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De ter tido tão grande referência perto aos deuses africanos
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As pessoas que cuidavam espiritualmente dessa cultura
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Viam, ouviam nele uma referência através do seu olhar, das suas fotos
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Então o PRVG não se torna o Olho de Xangô por acaso
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Ele também fez lá suas referências, fotografou
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O Isodús é uma referência que tem para os Orixás, que são, se multiplicam
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Vai até 416, mas sempre se multiplicando
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Em vez de vocês, cada um de vocês, para mim, um desses Isodús
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Com o poder de levar, de multiplicar essa informação
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Obrigado por assistir
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- Autor/es:
- Tvlata
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- Licencia:
- Reconocimiento - No comercial - Sin obra derivada
- Visualizaciones:
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- Fecha:
- 22 de enero de 2009 - 13:32
- Visibilidad:
- Público
- Enlace Relacionado:
- Neokinok.tv en colaboración con los alumnos del grupo cultural Bagunçaço y realizado por la Embajada de España en Brasil/Agencia Española de Cooperación Internacional.
- Duración:
- 13′ 21″
- Relación de aspecto:
- 4:3 Hasta 2009 fue el estándar utilizado en la televisión PAL; muchas pantallas de ordenador y televisores usan este estándar, erróneamente llamado cuadrado, cuando en la realidad es rectangular o wide.
- Resolución:
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